Campinas enfrenta pior epidemia de dengue da história com 46 mortes em 2024

Campinas enfrenta pior epidemia de dengue da história com 46 mortes em 2024

Campinas, 09 de julho de 2024 – A epidemia de dengue em Campinas atingiu um marco preocupante ao registrar 46 mortes em decorrência da doença neste ano, mais do que o dobro do segundo ano com mais óbitos, 2015, quando foram contabilizadas 22 mortes. As mortes mais recentes, ocorridas entre 15 e 27 de abril, elevaram o total de casos fatais e refletem a gravidade da situação na cidade, que já confirmou 113.446 casos de dengue entre 1º de janeiro e 1º de julho de 2024.

Epidemia na Região Metropolitana

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) também enfrenta uma crise significativa com 113 vítimas fatais. De acordo com o Painel de Monitoramento de Dengue do Estado de São Paulo, a região contabiliza 181.397 casos positivos, 3.845 casos com sinais de alarme, 295 casos graves e 119 mortes em investigação até o dia 8 de julho. A dengue grave ocorre quando o paciente entra em uma fase crítica, apresentando uma piora no estado clínico geral de três a sete dias após o início dos sintomas.

Perfil das vítimas recentes

As vítimas mais recentes em Campinas incluem quatro mulheres e um homem:

  • Uma mulher de 30 anos, sem comorbidades, moradora da área do Centro de Saúde (CS) Nova América, faleceu em 15 de abril.
  • Uma mulher de 56 anos, com comorbidades, moradora da região do CS Centro, faleceu em 27 de abril.
  • Uma mulher de 90 anos, sem comorbidades, moradora da área do CS Taquaral, faleceu em 24 de abril.
  • Uma mulher de 76 anos, com comorbidades, faleceu em 25 de abril.
  • Um homem de 82 anos, com comorbidades, morador da região do CS Santo Antônio, faleceu em 25 de abril.

Medidas de prevenção e combate

A Secretaria de Saúde de Campinas lamentou as mortes e reiterou a importância de medidas de prevenção contínuas. A eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, a busca ativa de pessoas sintomáticas e a nebulização para combater o mosquito são ações essenciais. Embora o estado de emergência tenha terminado, a cidade continua em epidemia, mantendo um alerta constante à população para eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro.

Epidemia nacional e fatores agravantes

A epidemia de dengue é um problema nacional. Em Campinas, dois fatores principais contribuíram para o aumento de casos: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, como ondas de calor prolongadas entre outubro e início de maio.

Sintomas e cuidados

A Secretaria de Saúde alerta que qualquer pessoa com febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para um diagnóstico clínico. É crucial não banalizar os sintomas ou realizar automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica e o tratamento. Sintomas graves como tontura, dor abdominal intensa, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos exigem busca imediata por auxílio em pronto-socorro ou UPA.

Plano de ação e enfrentamento

Desde 2023, um estudo previu uma nova epidemia de dengue em Campinas, levando à implementação de diversas medidas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à doença. A cidade criou uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganizou a rede municipal de saúde e lançou um novo site para divulgação de informações. A Secretaria de Saúde mantém esforços contínuos para sensibilizar a população e reduzir casos e óbitos, destacando que a prevenção deve ser uma prática constante, mesmo durante o inverno.

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