Surto de Mpox na África levanta alerta de Emergência pela OMS

Aumento de variantes mortais da doença leva Tedros Adhanom Ghebreyesus a considerar convocar comitê de emergência

Neste domingo (4), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que está considerando convocar o Comitê de Emergência de Regulamentos Sanitários para avaliar o surto de mpox na África. A decisão surge em resposta à disseminação de uma variante mais letal da doença, que está se espalhando rapidamente por diversos países africanos.

Tedros destacou, em uma postagem na rede social X, que a OMS, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC África), governos locais e parceiros estão intensificando esforços para conter a transmissão da doença. “Estou considerando convocar o Comitê de Emergência para avaliar se o surto de mpox deve ser declarado uma emergência em saúde pública de interesse internacional”, afirmou.

O Contexto

A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, tem apresentado novas variantes com características preocupantes. Em junho de 2023, a OMS alertou para o surgimento de uma nova variante da doença na República Democrática do Congo. Essa variante, identificada como 1b, mostra uma taxa de letalidade superior a 10% entre crianças pequenas, em contraste com a variante 2b, responsável pelo surto global em 2022, que tinha uma taxa de letalidade de menos de 1%.

Os dados da OMS de junho indicam que mais de 95 mil casos de mpox foram confirmados em 117 países, com mais de 200 mortes associadas à doença. Rosamund Lewis, líder técnica sobre varíola dos macacos da OMS, destacou a gravidade do aumento no número de casos, que cresceu de alguns milhares para quase 100 mil em um curto período.

A Situação Atual

O surto mais recente, iniciado em setembro de 2023 na província de Kivu do Sul, na República Democrática do Congo, é causado por uma cepa de mpox com mutações não documentadas anteriormente. Essas mutações indicam que o vírus está se transmitindo exclusivamente de humano para humano, aumentando a preocupação com a propagação da doença.

A mpox é uma doença zoonótica viral que pode ser transmitida através do contato com animais infectados, pessoas contaminadas e materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, febre, dor de cabeça e linfonodos inchados. O período de incubação pode variar de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias, e as erupções tendem a se concentrar em áreas específicas do corpo.

Resposta da OMS e Futuras Medidas

Em maio de 2023, a OMS havia encerrado a declaração de emergência de saúde pública internacional relacionada à mpox, após uma fase de alerta que começou em julho de 2022. Tedros Adhanom lembrou que o fim da emergência não significa o fim dos desafios associados à doença. Ele alertou para a necessidade de respostas robustas e sustentáveis, especialmente para proteger grupos vulneráveis, como pessoas vivendo com HIV não tratado.

A OMS continua a monitorar a situação de perto e está trabalhando com países afetados para garantir a capacidade de teste e a resposta rápida a novos surtos. A convocação do Comitê de Emergência pode levar a uma nova declaração de emergência, caso a situação se agrave, destacando a necessidade de uma ação coordenada e eficaz para controlar a propagação da mpox.

Com a crescente preocupação sobre a evolução da doença e o impacto das novas variantes, a comunidade internacional se prepara para intensificar os esforços para enfrentar o surto e proteger a saúde pública global.