USP lança Creme Antisséptico com Proteção prolongada contra Vírus e Bactérias
Novo produto promete proteção de até 4 horas e hidratação da pele, superando limitações do álcool gel
A Universidade de São Paulo (USP) anunciou o lançamento de um inovador creme antisséptico para as mãos, desenvolvido pelo Instituto de Química da instituição. O novo produto, conhecido como Phitta Cream, destaca-se por sua proteção prolongada contra vírus e bactérias, com eficácia de até 4 horas e ação contra superbactérias por até 2 horas. Ao contrário do álcool 70%, cuja ação é limitada a cerca de cinco minutos devido à volatilidade e ao ressecamento da pele, o Phitta Cream promete uma solução mais duradoura e menos agressiva.
O creme foi testado pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, que confirmou sua capacidade de inativar uma ampla gama de micro-organismos responsáveis por doenças como influenza, sarampo, leptospirose, gastroenterites, infecções urinárias e hepatite A. Além disso, o produto foi eficaz contra quatro tipos de superbactérias identificadas como problemáticas em ambientes hospitalares.
O segredo da eficácia do Phitta Cream está em seu princípio ativo, o Phtalox, uma substância desenvolvida com nanotecnologia a partir do corante natural ftalocianina. De acordo com o professor Edison Luiz Durigon, coordenador do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do ICB, o Phtalox atua de maneira semelhante à água oxigenada, promovendo uma reação que destrói células, bactérias e vírus. “A ftalocianina foi utilizada no Japão para máscaras durante a pandemia. Adaptamos a substância para criar um produto com ação aprimorada para as mãos”, explicou Durigon.
O sucesso das máscaras com Phtalox levou o ICB a desenvolver o Phitta Cream como uma alternativa ao álcool gel. O produto não só oferece proteção prolongada, como também hidrata a pele, evitando o ressecamento comum com o uso frequente de álcool.
Atualmente, o creme antisséptico está disponível apenas para compra online, mas há planos para sua comercialização em farmácias físicas em breve. O Phitta Cream é vegano e possui selo da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), com embalagem feita de polietileno de cana de açúcar, reforçando o compromisso com práticas sustentáveis.
Além das aplicações atuais, a USP está conduzindo estudos para explorar outras utilizações do Phtalox, incluindo o tratamento de herpesvírus e aceleração da cicatrização de feridas em pacientes diabéticos. Esses estudos ainda estão em estágios iniciais, e a universidade busca apoio financeiro para avançar com as pesquisas.
“O Phitta Cream não apenas melhora a proteção contra patógenos, mas também oferece um avanço significativo em relação aos produtos existentes no mercado. A proteção prolongada é crucial para evitar a transmissão de doenças, especialmente em situações onde o contato com superfícies contaminadas é inevitável”, concluiu Durigon.