X de Musk: Selo Azul e acusações da UE desafiam transparência e autenticidade
Relatório da Comissão Europeia aponta violações da Lei dos Serviços Digitais (DSA) pelo X, agora sob controle de Elon Musk, levantando críticas sobre o selo azul e transparência de anúncios.
No centro de uma disputa regulatória crescente, o X, anteriormente conhecido como Twitter e recentemente adquirido pelo bilionário Elon Musk, enfrenta acusações contundentes da União Europeia. Um relatório preliminar da Comissão Europeia, divulgado na sexta-feira passada, revelou que a plataforma viola as regras estabelecidas pela Lei dos Serviços Digitais (DSA), alimentando um debate acalorado sobre transparência, autenticidade e manipulação de usuários.
O ponto focal das críticas é o controverso “selo azul”, um emblema de verificação de perfis que sob a gestão de Musk foi transformado em um serviço premium comercializado a partir de R$ 440 por ano. Anteriormente reservado para figuras públicas e instituições autênticas, o selo azul agora pode ser adquirido por qualquer usuário disposto a pagar, sem passar pela rigorosa análise de autenticidade que era anteriormente aplicada.
Margrethe Vestager, comissária da UE para a Concorrência, declarou firmemente o compromisso de garantir que todas as plataformas operem em conformidade com a legislação europeia. “Estamos determinados a garantir que todas as plataformas, incluindo o X, cumpram a legislação da UE”, afirmou Vestager em comunicado oficial.
Thierry Breton, comissário europeu responsável pelo Mercado Interno, expressou preocupação com o impacto da mudança no selo azul. “Antigamente, selos azuis costumavam significar que uma fonte de informação era confiável”, observou Breton. “Agora, com o X, nossa visão preliminar é que eles enganam os usuários e violam a DSA.”
Além das questões relacionadas ao selo azul, a Comissão Europeia também critica a falta de transparência nos anúncios veiculados na plataforma. Alega-se que o X não oferece um repositório acessível e confiável de anúncios, dificultando a análise pública e a verificação independente por pesquisadores qualificados. A DSA exige que as plataformas forneçam essas informações de maneira transparente, facilitando a auditoria e a supervisão de práticas publicitárias.
Outro ponto de discordância é o acesso aos dados da plataforma por pesquisadores independentes. A Comissão Europeia acusa o X de restringir indevidamente o acesso a dados públicos, dificultando análises críticas e a verificação externa das operações da rede social.
Desde que Elon Musk assumiu o controle do X no final de 2022, a plataforma tem passado por mudanças significativas, incluindo demissões de altos executivos e reestruturação interna. A transição de Twitter para X foi acompanhada de uma estratégia agressiva de rebranding e novos modelos de receita, como o polêmico selo azul pago.
Em resposta ao relatório preliminar da Comissão Europeia, o X terá a oportunidade de apresentar sua defesa e contestar as acusações antes de qualquer sanção ser imposta. Se as violações forem confirmadas, a plataforma poderá enfrentar multas substanciais, podendo chegar a até 6% de seu faturamento global, conforme previsto na DSA.
O caso do X de Musk não é apenas uma questão de conformidade legal, mas também uma reflexão sobre a ética digital e o papel das plataformas de mídia social na sociedade contemporânea. A batalha pela transparência e autenticidade na internet continua a desafiar gigantes tecnológicos, enquanto reguladores e defensores dos direitos digitais buscam equilibrar inovação com responsabilidade.
Enquanto aguardamos os próximos capítulos desta saga, uma coisa é clara: o X de Musk está no centro de um debate crucial sobre o futuro da regulamentação digital na Europa e além.
Minuto a Minuto Notícias