Tabagismo no Mundo: OMS alerta, 8 milhões de mortes por ano
Em um recente relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (31), foram destacadas as alarmantes estatísticas relacionadas ao tabagismo no mundo. De acordo com o documento, a prática do fumo é responsável pela morte de cerca de 8,7 milhões de pessoas anualmente, tornando-se uma das principais causas de morte globalmente.
Do total de 8 milhões de óbitos relacionados ao tabaco, 7 milhões correspondem a fumantes diretos, enquanto 1,3 milhão são considerados fumantes passivos, ou seja, indivíduos expostos constantemente à fumaça do cigarro. Essa exposição involuntária representa um risco significativo à saúde das pessoas e destaca a importância de medidas de controle e prevenção.
Segundo o relatório, o número de fumantes em todo o planeta é de 1,3 bilhão, sendo que a maioria esmagadora, ou seja, 80%, se encontra em países de média e baixa renda. Essa estatística ressalta a necessidade de intervenções em escala global para combater o tabagismo e seus impactos na saúde pública.
Entretanto, nem tudo são más notícias. O documento também demonstra que 5,6 bilhões de pessoas, o que corresponde a 71% da população mundial, estão protegidas por alguma forma de medida de controle do tabaco. Políticas públicas e medidas implementadas nos últimos 15 anos levaram a uma redução significativa no número de fumantes, com uma diminuição de 300 milhões de fumantes em todo o mundo, representando uma queda de 22,8% em 2007 para 17% em 2021.
Países como as Ilhas Maurício, na África, e os Países Baixos, na Europa, têm sido apontados como exemplos internacionais ao se juntarem ao Brasil e à Turquia na aplicação dos seis critérios principais de controle do tabaco, conhecidos pela sigla em inglês MPOWER. Esses critérios incluem monitorar o uso e as políticas de prevenção, proteger as pessoas da fumaça, oferecer ajuda para quem deseja parar de fumar, alertar sobre os perigos do tabaco, criar barreiras contra a publicidade relacionada ao tabagismo e aumentar os impostos sobre os produtos de tabaco.
A OMS enfatiza a importância de criar espaços livres de fumo para garantir que as pessoas respirem um ar mais limpo e sejam protegidas dos efeitos mortais do tabaco. Ambientes assim também têm um papel significativo em estimular as pessoas a abandonarem o hábito de fumar e evitar que outras sejam atraídas para a prática.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamentos integrais e gratuitos para pessoas que desejam parar de fumar. Esses tratamentos incluem o uso de medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona, além do acompanhamento médico necessário para cada caso. O Ministério da Saúde informa que o atendimento está disponível em mais de 48 mil Unidades Básicas de Saúde em todo o país, que fornecerão informações sobre os locais e horários de tratamento em cada região.
Em conclusão, o tabagismo continua sendo uma grave questão de saúde pública global, mas as medidas de controle implementadas e a conscientização sobre os perigos do tabaco têm mostrado resultados positivos na redução do número de fumantes. Entretanto, é fundamental que governos, organizações e indivíduos continuem a trabalhar em conjunto para enfrentar esse desafio e proteger a saúde da população em todo o mundo.