Presidente da Federação de Atletismo da Somália é suspensa após fiasco de sobrinha em competição na China

Presidente da Federação de Atletismo da Somália é suspensa após fiasco de sobrinha em competição na China

Acusação de nepotismo leva à suspensão da presidente da federação após atleta representar a Somália em desempenho histórico negativo nos Jogos Universitários Mundiais.

O governo da Somália anunciou a suspensão da presidente da Federação de Atletismo da Somália, Khadijo Adan Dahir, após acusações de nepotismo e a participação vexatória de sua sobrinha, Nasra Abukar Ali, nos Jogos Universitários Mundiais em Chengdu, China. Nasra, de 20 anos, representou a nação africana nos 100 metros rasos, protagonizando o que está sendo descrito como “a pior performance nos 100m rasos da História”.

A competição, que ocorreu na última terça-feira (1º de agosto), viu Nasra terminar a eliminatória com um tempo de 21,81 segundos, uma diferença significativa para suas adversárias. Enquanto as outras corredoras cruzavam a linha de chegada, Ali ainda estava distante, com as câmeras de TV lutando para capturá-la. Nas redes sociais, o desempenho da atleta foi descrito como o “sprint de 100m mais lento de todos os tempos”.

Uma investigação conduzida pelo Ministério da Juventude e Esportes da Somália revelou que Nasra “não é uma esportista, nem uma corredora”. Além disso, um órgão esportivo chamado Associação Esportiva da Universidade da Somália, que supostamente indicou a atleta, foi constatado que não existe.

As acusações de nepotismo recaem sobre a presidente da Federação de Atletismo, Khadijo Adan Dahir, que é tia de Nasra. A suspeita é de que a atleta tenha sido selecionada devido a seus laços familiares, sem critérios justos de qualificação. Adan Dahir também é acusada de “abusar de seu poder ao difamar o nome da Somália”, o que aumentou a repercussão negativa do caso.

Diante do constrangimento causado pela participação de Nasra no evento esportivo internacional, a Federação de Atletismo da Somália anunciou a abertura de uma investigação interna para apurar as circunstâncias que levaram à sua escolha como representante do país. O ministro dos Esportes somali, Mohammed Barre Mohamud, emitiu um pedido público de desculpas aos compatriotas pela situação embaraçosa.

“O que aconteceu ontem não foi uma representação do povo somali. Pedimos desculpas à família somali”, afirmou o ministro.

A suspensão da presidente da Federação de Atletismo da Somália e a investigação em andamento refletem a seriedade com que as autoridades esportivas estão tratando o caso, buscando garantir a integridade e a credibilidade do esporte no país. Enquanto isso, a reputação do atletismo somali sofre uma mancha, mas espera-se que ações corretivas sejam implementadas para evitar futuros episódios semelhantes.

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