Prefeitura do Rio de Janeiro derruba construção da Milícia na Ilha da Gigoia
A Secretaria de Ordem Pública (Seop) da Prefeitura do Rio de Janeiro, em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual, deu início a mais uma operação de demolição de uma construção irregular na Ilha da Gigoia, na região da Barra da Tijuca. A área é conhecida por ser influenciada pelo crime organizado.
O edifício, com três andares, estava sendo erguido sem autorização da prefeitura. A construção possuía o primeiro andar em fase de alvenaria e os demais em fase de estrutura, além de um deck. Engenheiros municipais estimaram que a edificação já contava com uma área construída de 300 metros quadrados, e a demolição acarretará um prejuízo de aproximadamente R$1,5 milhão aos responsáveis pela construção.
As informações obtidas pelos setores de inteligência da Seop e do Gaeco indicam que o imóvel estava ligado a um dos milicianos que atuam na região.
A promotora de Justiça Laura Minc, do Gaeco, ressaltou que a demolição dessa construção irregular, associada ao crime organizado, tem o objetivo de inibir futuras atividades criminosas. Ela observou que o proprietário da obra já havia sido notificado para parar a construção, mas não acatou a ordem administrativa. Durante a operação, constatou-se que a obra continuava, inclusive sendo acelerada, com atividades ocorrendo durante a noite. No entanto, no momento da ação, a construção estava desocupada e os equipamentos haviam sido removidos.
O Secretário de Ordem Pública, delegado Breno Carnevalle, reforçou que a demolição representa mais um passo para coibir construções ilegais que colocam a segurança das pessoas em risco, prejudicam o ordenamento urbano e são usadas para lavagem de dinheiro e apoio financeiro ao crime organizado.
Devido à dificuldade de acesso ao local com máquinas, a demolição está sendo realizada manualmente. A ação envolve agentes da Secretaria de Conservação, da Guarda Municipal, da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e da concessionária de energia Light.
Na semana anterior, a Seop e o Gaeco já haviam iniciado a demolição de um edifício de quatro pavimentos, com mais de mil metros quadrados de área construída, também na Ilha da Gigoia. Essa ação causou um prejuízo estimado de cerca de R$4 milhões aos responsáveis pela construção irregular.