Polícia Federal revela que Mauro Cid negociou joias nos EUA; PF busca documentos junto às autoridades americanas
Gravações e mensagens indicam negociações de joias durante viagem à Flórida com o ex-presidente Jair Bolsonaro
Uma nova reviravolta na investigação envolvendo o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Barbosa Cid, revelou que ele teria negociado e vendido joias nos Estados Unidos. As descobertas foram feitas por investigadores da Polícia Federal, que encontraram registros de gravações e mensagens em armazenamento em nuvem a partir do celular de Mauro Cid. As informações sugerem que as negociações ocorreram durante a estadia do ex-ajudante de ordens na Flórida, em companhia de Jair Bolsonaro, no início deste ano.
De acordo com fontes apuradas pelo blog, as gravações e mensagens indicam que Mauro Cid estava envolvido na negociação das joias durante o período da viagem à Flórida, onde acompanhou o ex-presidente Bolsonaro. Esta viagem ganha relevância, uma vez que o ex-presidente deixou o Brasil dois dias antes do término de seu mandato e permaneceu nos Estados Unidos até o final de março.
Diante dessas novas evidências, a Polícia Federal está tomando medidas para aprofundar a investigação. Segundo informações, as autoridades brasileiras irão requisitar às autoridades americanas a documentação que comprove as negociações e a venda das joias por parte de Mauro Cid. O objetivo é integrar esses elementos ao inquérito em andamento no Brasil, visando esclarecer a extensão e a natureza das atividades realizadas pelo ex-ajudante de ordens.
Esta não é a primeira vez que o nome de Mauro Cid surge em investigações. A CPI dos Atos Golpistas já havia obtido acesso a e-mails que sugeriam que ele teria negociado um relógio Rolex, avaliado em cerca de R$ 300 mil, no Brasil. O relógio teria sido presenteado ao ex-presidente Bolsonaro em 2019, pelo governo da Arábia Saudita.
As recentes revelações adicionam um novo componente à série de investigações em curso, que buscam entender a atuação e as atividades de Mauro Cid, assim como possíveis implicações em contextos políticos e legais. À medida que as autoridades brasileiras buscam obter mais informações das autoridades americanas, o desenrolar desse caso continuará a atrair a atenção da opinião pública e a levantar questões sobre a conduta de figuras próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro defende ex-ajudante de ordens e considera “natural” cotação de Rolex presenteado
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), abordou a controvérsia em torno das tentativas de cotação de um Rolex, presenteado a ele durante uma viagem oficial, por seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Durante uma entrevista coletiva realizada após um almoço nesta segunda-feira (7/8), Bolsonaro afirmou considerar “natural” a ação de cotar o preço do presente recebido.
“Não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa. É natural”, declarou Bolsonaro à imprensa. O ex-presidente enfatizou que todas as solicitações do Tribunal de Contas da União (TCU) foram prontamente atendidas, incluindo a apresentação de um relógio semelhante ao Rolex em questão.
Ao responder aos questionamentos sobre o comportamento de Mauro Cid, Bolsonaro enfatizou que a explicação cabia ao próprio Cid e seu advogado. Ele reiterou que não via intenções maliciosas por trás da ação de cotação do Rolex e destacou que questionar o valor de um objeto é algo comum. “Agora, não vejo nenhuma maldade em você querer cotar alguma coisa. É natural. Quanto é que vale isso aí?”, indagou o ex-presidente.
A controvérsia em torno das atividades de Mauro Cid gerou intensa atenção da mídia e do público. O ex-ajudante de ordens já havia sido vinculado a negociações envolvendo joias nos Estados Unidos, fato que levou a Polícia Federal a solicitar documentos às autoridades americanas para compreender melhor a situação.
Bolsonaro, ao abordar o assunto publicamente, destacou a colaboração com o TCU e procurou minimizar qualquer interpretação negativa das ações de Mauro Cid. A repercussão das declarações do ex-presidente pode influenciar a percepção pública sobre o caso e suas implicações, bem como a continuação das investigações em curso.