PF e MP realizam Operação contra Milícia em caso Marielle Franco
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deram início a mais uma fase da operação no âmbito das investigações das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Na manhã desta sexta-feira, 4 de agosto, agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão relacionados à milícia supostamente chefiada pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, que já se encontra preso por envolvimento no caso.
De acordo com informações fornecidas pela PF, Suel estaria no comando da exploração de serviços clandestinos de TV por assinatura, popularmente conhecidos como “gatonet”, na região de Rocha Miranda, Zona Norte do Rio de Janeiro. Essas informações foram confirmadas por Leandro Almada da Costa, superintendente regional da Polícia Federal, durante entrevista coletiva relacionada à Operação Élpis, na qual Suel foi detido.
Almada acrescentou: “[Suel] já foi denunciado pelo Ministério Público por explorar ‘gatonet’. Esse ambiente criminoso permeia até a origem do próprio [Ronnie] Lessa. Existe a questão da história do crime, outros matadores, outros executores que atuam nesse contexto no Rio de Janeiro.”
As investigações também revelaram indícios de um patrimônio incompatível com as receitas de Suel, com destaque para o elevado padrão de sua residência. Ele foi detido em uma mansão de três andares, situada em um condomínio de luxo no bairro Recreio dos Bandeirantes. Essa região é conhecida por abrigar residências de alto padrão.
A relação de Suel com o caso Marielle Franco vem de sua conexão com o ex-policial militar Élcio Queiroz, que o apontou como responsável por vigiar a vereadora meses antes de seu assassinato. Segundo informações do delator, Suel também teria tido participação na emboscada, mas teria sido substituído por Élcio na ação criminosa.
Além de Suel, os principais acusados pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes são Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, que estão detidos desde 2019. A operação atual é mais um passo em direção à elucidação completa desse crime que chocou o país e gerou comoção internacional.