Ministro da Fazenda descarta redução do IOF cambial para controle do Dólar
Nesta terça-feira (2), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou categoricamente que o governo não planeja diminuir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio como medida para conter a alta do dólar. Em declaração feita em Brasília, Haddad enfatizou que a prioridade está na aprimoração da comunicação sobre o arcabouço fiscal e na autonomia do Banco Central como meios essenciais para estabilizar a desvalorização do real.
Em uma reunião com deputados para discutir a regulamentação da reforma tributária, Haddad desmentiu os rumores sobre a possível redução do IOF cambial, destacando que a estratégia do governo se concentra na implementação de uma agenda fiscal consistente para os próximos anos, até 2026.
O dólar, que encerrou a segunda-feira (1º) cotado a R$ 5,65, continuou sua trajetória de alta nesta terça-feira, atingindo R$ 5,68 por volta das 13h. Haddad reiterou a importância da comunicação clara sobre a autonomia do Banco Central e a rigidez do arcabouço fiscal como fatores cruciais para restabelecer a confiança do mercado.
Atualmente, as taxas de IOF sobre operações cambiais no Brasil variam: 4,38% para compras no cartão no exterior e 1,1% para compra de moeda estrangeira em espécie, com previsão de eliminação até 2028. O ministro ressaltou que o país está comprometido com a redução da tributação sobre o câmbio como parte de seu processo para aderir à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Para discutir estratégias adicionais e medidas econômicas, Haddad se reunirá nesta quarta-feira (3) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o ministro, Lula está preocupado com a recente valorização do dólar e reconhece a importância de fortalecer o arcabouço fiscal e a autonomia do Banco Central como pilares fundamentais para a estabilidade econômica.
Diante dos questionamentos sobre os rumores de redução do IOF cambial, Haddad reiterou que essas especulações não têm fundamento e refletem interesses específicos. Ele concluiu afirmando que o foco do governo está na implementação de uma sólida agenda fiscal para garantir a estabilidade econômica do país.