Militares em Campinas apresentam suspeita de febre maculosa após morte de soldado
O Comando Militar do Sudeste informou nesta quarta-feira (2) que outros militares da guarnição do 28º Batalhão de Infantaria Mecanizado de Campinas (SP) estão com suspeita de febre maculosa, após a confirmação da causa da morte de um soldado de 18 anos por essa doença. Apesar disso, o Comando ressaltou que os casos suspeitos são sem gravidade.
No ano passado, outro soldado de 18 anos da mesma guarnição já havia falecido devido à febre maculosa, levantando preocupações sobre o local provável de infecção, que é a Fazenda do Exército, conhecida como Fazenda Chapadão. Por esse motivo, os militares adotaram medidas preventivas no local.
Em nota oficial, o Comando Militar do Sudeste informou que as organizações militares de Campinas têm atuado de forma proativa e preventiva no combate à febre maculosa. Dentre as medidas adotadas, destacam-se a aquisição de repelentes a base de acaricida, antibióticos para a prevenção e tratamento da doença, repelentes em gel para uso nos uniformes e carrapaticida para controle populacional de capivaras na área da Fazenda Chapadão.
O soldado Jonatas Nascimento Conceição, cuja morte foi confirmada como sendo por febre maculosa, foi internado no Hospital Militar da Área de São Paulo, na capital paulista, após apresentar dor e febre, e faleceu dois dias depois. As autoridades ainda não detalharam como ele foi infectado.
Em relação ao surto ocorrido na Fazenda Santa Margarida, também em Campinas, em junho deste ano, que resultou na morte de outras quatro pessoas por febre maculosa, as autoridades estão monitorando a situação e tomando medidas para controlar a propagação da doença.
A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela, que pode ser encontrada em áreas rurais e urbanas. É importante que as autoridades de saúde continuem monitorando e agindo para prevenir novos casos e garantir a segurança dos militares e da população em geral.
O que é febre maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que é transmitida ao ser humano através da picada de carrapatos infectados, principalmente o carrapato-estrela (Amblyomma americanum) nos Estados Unidos e o carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) no Brasil. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais, sendo considerada uma zoonose.
Os sintomas da febre maculosa geralmente aparecem de 2 a 14 dias após a picada do carrapato infectado. Os sintomas iniciais podem incluir febre alta, dor de cabeça, dores musculares e fadiga. Com o avanço da doença, podem surgir manchas vermelhas (maculas) na pele, especialmente nas palmas das mãos e solas dos pés, daí o nome “maculosa”. Outros sintomas comuns são náuseas, vômitos, diarreia e erupções cutâneas.
A febre maculosa pode progredir rapidamente e se tornar grave, causando complicações como insuficiência renal, insuficiência respiratória e problemas neurológicos. Se não tratada precocemente, pode levar a óbito.
O diagnóstico da febre maculosa é feito com base nos sintomas apresentados pelo paciente, histórico de exposição a carrapatos e testes laboratoriais para detectar a presença da bactéria no sangue.
O tratamento da febre maculosa é realizado com antibióticos, como a doxiciclina, e quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de recuperação completa. A prevenção da doença envolve evitar áreas com presença de carrapatos, usar repelentes e roupas de proteção em ambientes propícios à infestação desses parasitas. Também é importante fazer uma inspeção cuidadosa no corpo após visitas a áreas de mata ou ambientes rurais, para remover qualquer carrapato antes que ele possa transmitir a doença.