Mercado eleva previsão de Inflação para 4,2% em 2024, aponta Boletim Focus
Expectativas para crescimento econômico em 2024 se mantêm em 2,2%, enquanto Selic deve permanecer em 10,5% ao ano
O mercado financeiro ajustou para cima a previsão da inflação oficial no Brasil, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado agora em 4,2% para 2024, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central (BC). A estimativa anterior era de 4,12%. Apesar de a nova previsão estar acima da meta de inflação estabelecida para o ano, ainda se encontra dentro da margem de tolerância.
Além disso, o Boletim Focus indicou que a projeção para o crescimento da economia brasileira se mantém estável em 2,2% para 2024. A taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano, deve continuar nesse patamar até o fim do ano. A estabilidade da Selic reflete as incertezas econômicas globais e o esforço contínuo do BC para controlar a inflação sem comprometer a recuperação econômica.
Em relação aos anos subsequentes, as previsões para a inflação foram ligeiramente ajustadas, com uma estimativa de 3,97% para 2025. Já para 2026 e 2027, as projeções permanecem em 3,6% e 3,5%, respectivamente. Com a implementação do sistema de meta contínua a partir de 2025, o objetivo do Conselho Monetário Nacional (CMN) é garantir uma inflação estável em torno de 3%, dentro de uma margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) também se manteve inalterada, com crescimento esperado de 2,2% em 2024. A economia brasileira surpreendeu em 2023 ao crescer 2,9%, superando as expectativas e atingindo um valor total de R$ 10,9 trilhões, segundo o IBGE. O mercado financeiro prevê um crescimento mais modesto para os próximos anos, com o PIB projetado para expandir 1,92% em 2025 e 2% em 2026 e 2027.
No cenário cambial, a cotação do dólar deve permanecer estável, fechando 2024 e 2025 em torno de R$ 5,30, segundo as estimativas do mercado.
Esses dados refletem o equilíbrio delicado que o Brasil precisa manter entre o controle da inflação, a manutenção do crescimento econômico e a estabilização dos mercados financeiros em um ambiente global incerto.