Mercado eleva previsão da Inflação para 4% em 2024

Mercado eleva previsão da Inflação para 4% em 2024

Brasília, 1º de Julho de 2024 – A previsão do mercado financeiro para a inflação oficial do Brasil em 2024 aumentou novamente, passando de 3,98% para 4%. Esta é a oitava semana consecutiva de alta na estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira. Para 2025, a projeção da inflação também subiu, de 3,85% para 3,87%, enquanto para 2026 e 2027 as previsões se mantêm em 3,6% e 3,5%, respectivamente.

A estimativa de 4% para 2024 está acima da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, o limite superior da meta é 4,5%, ainda dentro da margem de tolerância estabelecida.

Novo Sistema de Meta Contínua

A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, no qual o CMN não precisará definir uma nova meta de inflação a cada ano. A meta contínua foi fixada em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, simplificando o processo de definição e monitoramento da inflação.

Pressões Inflacionárias Recentes

Em maio, a inflação foi de 0,46%, pressionada pelos preços de alimentos e bebidas, após um aumento de 0,38% em abril. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o IPCA acumulou 3,93% nos últimos 12 meses.

Política de Juros

Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano. A alta do dólar e as incertezas econômicas recentes fizeram o BC interromper o ciclo de cortes de juros, que havia sido iniciado quase um ano atrás. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi mantida nesse patamar após sete reduções consecutivas.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic 12 vezes seguidas, em resposta ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. A taxa foi mantida em 13,75% ao ano até agosto de 2023, quando o BC começou a reduzir os juros devido ao controle dos preços.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 no nível atual de 10,5% ao ano. Em 2025, a taxa básica é estimada em 9,5% ao ano, e em 2026 e 2027, deve ser reduzida para 9% ao ano.

Impacto da Selic na Economia

Aumentos na Selic visam conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que ajuda a controlar a inflação. No entanto, juros mais altos também podem dificultar a expansão econômica. Por outro lado, cortes na Selic tendem a baratear o crédito, incentivando a produção e o consumo, mas com menor controle sobre a inflação.

PIB e Câmbio

A previsão do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2024 permanece em 2,09%. Para 2025, a expectativa é de um crescimento de 1,98%, e para 2026 e 2027, a expansão do PIB é projetada em 2% para ambos os anos.

Em 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, superando as projeções, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento foi de 3%.

A previsão de cotação do dólar é de R$ 5,20 para o fim deste ano, e R$ 5,19 para o fim de 2025.

Considerações Finais

As expectativas crescentes de inflação refletem a cautela do mercado frente às pressões inflacionárias e incertezas econômicas. O Banco Central segue utilizando a política de juros como principal ferramenta para atingir a meta de inflação, enquanto o mercado observa atentamente os desdobramentos econômicos e suas implicações para o futuro da economia brasileira.

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