Influenciador digital Allan Frutuozo da Silva é preso sob suspeita de envolvimento em ataque à sede da Polícia Federal
O influenciador digital Allan Frutuozo da Silva foi preso na quarta-feira (26) no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, enquanto tentava embarcar em um voo para a Argentina. Ele é suspeito de participar, divulgar e incentivar o ataque contra a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília, ocorrido em 12 de dezembro do ano passado, antes dos atos criminosos contra as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Conhecido por se definir como “empresário, jornalista e analista político do Vista Pátria”, site criado por ele, Frutuozo utilizava suas redes sociais para apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e fazer críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu governo. Em algumas postagens, demonstrou engajamento com o Partido Liberal (PL), convocando seguidores a participarem do movimento da juventude do partido.
A prisão de Allan Frutuozo foi realizada com base em um mandado de prisão preventiva expedido desde dezembro de 2022 pela Justiça Federal do Distrito Federal, que o investiga por associação criminosa e coação no curso do processo. Vídeos da invasão à PF mostram o influenciador estimulando outras pessoas e proferindo palavras de ordem como “é guerra” e “guerra contra comunistas”.
Após a detenção no aeroporto, Frutuozo fez uma transmissão ao vivo no YouTube e no Twitter para comunicar sua prisão e afirmou que estava sendo preso por ser “antidemocrático”. Ele foi levado para a penitenciária de Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
A defesa técnica do influenciador informou que ainda não teve acesso aos autos principais do processo e está trabalhando para garantir seus direitos fundamentais à ampla defesa e ao contraditório. A prisão de Allan Frutuozo traz à tona questões sobre a influência das redes sociais e o papel dos influenciadores digitais no cenário político brasileiro.