Indicador de Incerteza da Economia atinge o menor nível desde 2017
O nível de incerteza da economia brasileira atingiu o menor patamar desde novembro de 2017, de acordo com o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
O IIE-Br registrou uma queda de 4,12 pontos em julho, chegando a 103,5 pontos. Em novembro de 2017, o índice estava em 103,21. Nos últimos quatro meses, o indicador acumulou um recuo de 13,2 pontos.
O IIE-Br é calculado como uma média ponderada de dois componentes: o IIE-Br Mídia, que é baseado na frequência de notícias com menção à incerteza nos principais jornais do país; e o IIE-Br Expectativa, que é obtido a partir das previsões do mercado financeiro para a taxa de câmbio, juros e inflação.
A queda do indicador em julho foi influenciada tanto pelo componente de mídia quanto pelo componente de expectativas. O componente de mídia caiu 2,6 pontos, atingindo o menor nível desde fevereiro de 2015. Enquanto isso, o componente de expectativas teve um recuo de 8,2 pontos.
Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, a queda do IIE-Br nos últimos meses está relacionada à melhoria das perspectivas para o cenário macroeconômico do país, incluindo uma redução das incertezas fiscais e políticas.
A pesquisadora ressaltou que a continuidade desse quadro dependerá tanto da recuperação da atividade econômica quanto da manutenção de uma relação colaborativa e sinérgica entre as esferas do governo.
O termômetro usado pelo IIE-Br para medir a expectativa do mercado é o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central. A edição desta segunda-feira traz expectativas de queda da inflação e da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia. Essas perspectivas contribuem para o cenário de menor incerteza da economia brasileira, criando um ambiente mais favorável para os agentes econômicos.