Hacker da Vaza Jato afirma reunião no Ministério da Defesa antes das Eleições de 2022

Hacker da Vaza Jato afirma reunião no Ministério da Defesa antes das Eleições de 2022

O hacker conhecido como “Hacker da Vaza Jato”, Walter Delgatti, que ficou famoso por expor mensagens de autoridades através de invasões de telefones celulares, afirma ter se reunido com servidores do Ministério da Defesa pouco antes das eleições de 2022. O advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, confirmou a informação à Agência Brasil. O Ministério da Defesa e a Polícia Federal estão investigando a natureza da reunião e buscando identificar os participantes.

Em uma reviravolta surpreendente, o hacker conhecido como “Hacker da Vaza Jato”, Walter Delgatti, afirmou ter se reunido com servidores do Ministério da Defesa pouco antes das eleições de 2022. A informação foi confirmada pelo advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, à Agência Brasil nesta quarta-feira.

No momento em que Walter Delgatti chegou à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília para prestar depoimento, Ariovaldo Moreira informou à imprensa que seu cliente havia se reunido com servidores do Ministério da Defesa, porém, não divulgou detalhes como nomes, datas ou conteúdo das conversas.

Há duas semanas, Delgatti foi preso preventivamente sob suspeita de invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, incluindo um mandado de prisão contra um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, Moreira já havia mencionado que o hacker esteve no Ministério da Defesa discutindo a segurança das urnas eletrônicas para as eleições de 2022.

A declaração de Moreira desencadeou uma resposta do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que confirmou a presença de Delgatti no ministério e anunciou que pediu à PF para investigar com quem o hacker se reuniu. Monteiro afirmou que, uma vez que os servidores envolvidos forem identificados, serão temporariamente afastados até que o conteúdo das conversas seja apurado.

O ministro declarou: “Eu quero os nomes das pessoas com quem o hacker esteve [no ministério]. Porque eu tomo as providências, afasto as pessoas com as quais ele esteve, as pessoas a quem ele orientou.” Ele também enfatizou a importância de identificar os participantes corretamente antes de tomar medidas drásticas.

Delgatti ganhou notoriedade como o “Hacker da Vaza Jato” por vazar ilegalmente mensagens trocadas entre autoridades em telefones celulares, expondo supostas práticas questionáveis nos bastidores da Operação Lava Jato. Suas ações geraram debates sobre a ética das práticas de investigação e o uso de informações vazadas.

Este não é o primeiro episódio em que Delgatti é preso, tendo sido detido em outras ocasiões por atividades semelhantes. As alegações de suas ações anteriores e suas supostas conexões com políticos continuam a suscitar debates sobre ética, segurança digital e o papel dos hackers na sociedade contemporânea. A Polícia Federal continua a investigar o caso, buscando esclarecer as circunstâncias dessa reunião no Ministério da Defesa e suas implicações.

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