Funcionários da Fiocruz param por reajuste de Salário nesta quinta
Nova assembleia está marcada para sexta-feira
Nesta quinta-feira (1º), funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizam uma paralisação de um dia para pressionar o governo por reajuste salarial e mudanças no plano de remuneração e cargos da categoria. A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc) com a presença de cerca de 700 trabalhadores na segunda-feira (29).
Paulo Henrique Scrivano Garrido, presidente do sindicato, destacou que a categoria exige uma recomposição salarial escalonada ao longo de três anos: 20% em 2024, 20% em 2025 e 20% em 2026. Segundo cálculos do sindicato, a defasagem salarial desde 2010 é de 59% para servidores de nível superior e 75% para servidores de nível intermediário. A implementação completa do reajuste teria um impacto de R$ 907 milhões por ano na folha salarial da Fiocruz, beneficiando 6.527 servidores, entre ativos e aposentados.
As negociações sobre carreiras e remuneração dos funcionários concursados estão sendo conduzidas com a Fiocruz e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Outra demanda da categoria é a implementação do Reconhecimento de Resultados de Aprendizagem, que valoriza conhecimentos além dos títulos acadêmicos tradicionais, como especializações e atualizações profissionais.
Paulo Garrido destacou a retomada do diálogo com o governo no ano passado, mas criticou o tratamento desigual entre diferentes categorias. Ele enfatizou a importância estratégica da Fiocruz para a saúde pública e a ciência no Brasil, especialmente durante a pandemia.
O sindicato enviou ofícios à diretoria da Fiocruz e ao Ministério da Gestão e da Inovação, informando sobre a paralisação e comprometendo-se a garantir serviços essenciais. A proposta do ministério, que incluía nenhum reajuste este ano, 9% em 2025 e 4% em 2026, foi recusada pela categoria.
Uma nova assembleia está marcada para sexta-feira (2) para avaliar os resultados das negociações e decidir sobre a continuidade do movimento, incluindo a possibilidade de uma paralisação progressiva, com um dia adicional de greve a cada semana se as demandas não forem atendidas.
A Fiocruz, reconhecida mundialmente por suas contribuições à saúde pública, tem cerca de 13,5 mil trabalhadores e um orçamento de quase R$ 9,6 bilhões em 2023. A instituição produziu 91,59 milhões de doses de vacinas e publicou 2.030 artigos científicos no último ano, atendendo cerca de 300 mil pessoas em seus serviços de saúde.
A Agência Brasil ainda não recebeu um posicionamento do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos sobre a questão.
Informação Agência Brasil