França mostra que radicalismo pode ser Fatal para a Direita Brasileira, alerta Ex-Ministro de Bolsonaro

Após a surpreendente reviravolta nas eleições francesas, onde a ultradireita foi derrotada pela esquerda e pelo centro unidos, o senador Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro e presidente do PP, não hesitou em tecer um alerta direto à direita brasileira. Em entrevista exclusiva à nossa coluna, Nogueira destacou que o resultado francês deve servir como uma “lição pedagógica” para aqueles que buscam o poder no Brasil.

“A mensagem é clara: se a direita brasileira optar pelo radicalismo e pela soberba, estamos fadados à derrota em 2026”, afirmou Nogueira, referindo-se ao grupo político que orbita em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nogueira, conhecido por sua proximidade com o núcleo duro bolsonarista, enfatizou que a tentativa da ultradireita francesa, inicialmente favorita, de assumir o poder isoladamente resultou em um terceiro lugar nas eleições recentes. Esse desfecho, segundo ele, é um aviso inequívoco sobre os perigos do isolamento e da falta de diálogo com uma base mais ampla de eleitores.

“É uma eleição ganha se falarmos para a maioria. Mas, se ficarmos apenas dialogando com a bolha de extrema direita, não teremos chance”, alertou o senador, apontando para a necessidade de uma estratégia mais inclusiva e moderada para consolidar apoios.

Nogueira criticou também a postura de alguns setores da direita brasileira que, segundo ele, subestimam o poder do centro e dos eleitores moderados. Para ele, a derrota de Bolsonaro para Lula em 2022 foi um reflexo direto dessa estratégia equivocada de não buscar além da base mais fiel.

“No primeiro turno, falamos para a bolha. No segundo turno, houve uma mudança. Dialogamos com a maioria e quase vencemos”, lembrou o ex-ministro, reiterando a importância de um discurso político que seja capaz de atrair uma coalizão ampla de eleitores.

Além disso, Nogueira fez críticas tanto à esquerda quanto à direita brasileiras, destacando que ambos os extremos políticos precisam aprender com o exemplo francês. Para ele, a fragmentação política e a polarização excessiva apenas favorecem a vitória dos extremos, minando a possibilidade de construção de uma maioria estável e duradoura.

“A democracia não possui um único caminho quando o extremismo se apresenta como a direção inevitável”, advertiu Nogueira, conclamando os políticos de todas as vertentes a abandonarem a lógica plebiscitária em favor de uma união em torno de um projeto nacional comum.

Por fim, o senador deixou claro que seu alerta não se restringe apenas à direita brasileira, mas serve como uma reflexão para todos os espectros políticos que buscam o poder sem considerar a necessidade de um diálogo inclusivo e construtivo.

À medida que o cenário político se aquece rumo às próximas eleições presidenciais no Brasil, as palavras de Nogueira ecoam como um aviso oportuno sobre os perigos do radicalismo e da divisão em um país cuja diversidade de opiniões e ideologias exige, mais do que nunca, um compromisso com a moderação e a coesão nacional.