Dólar fecha o mês em queda em meio a expectativas para reunião do Copom
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (31), após uma sessão volátil, enquanto os investidores aguardam com expectativa a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que acontece nesta semana.
De acordo com informações do blog do Valdo Cruz, a expectativa do governo é que o Copom realize uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) da Selic na reunião marcada para a próxima quarta-feira. “A avaliação é que o BC tem condições, devido à queda da inflação acima do previsto, de fazer a redução nesse patamar”, informou o blog. Essa será a primeira reunião do Copom com a participação dos dois diretores do BC indicados por Lula: Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino.
Ao final da sessão de hoje, a moeda norte-americana recuou 0,05%, sendo cotada a R$ 4,7289. Na sexta-feira, o dólar já havia registrado uma queda de 0,58%, sendo vendido a R$ 4,7312. Com o resultado de hoje, o dólar passou a acumular perdas de 1,25% no mês e 10,40% no ano.
No mercado acionário, o Ibovespa, principal índice da B3, fechou com alta superior a 1% aos 121.943 pontos. Esse movimento foi impulsionado pelas ações da Petrobras e também em meio às expectativas em relação à reunião do Copom.
A sessão de hoje foi marcada por volatilidade para o dólar, com o fechamento da Ptax do fim de julho. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve como referência para a liquidação de contratos futuros. Ao fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar influenciar a Ptax para níveis mais convenientes às suas posições, compradas ou vendidas em dólar.
Na agenda doméstica, o Banco Central divulgou uma nova edição do boletim Focus, que mostra as projeções do mercado financeiro. De acordo com o boletim, os economistas reduziram a previsão de inflação para este ano de 4,90% para 4,84%. Já a projeção para a inflação em 2024 caiu de 3,90% para 3,89%.
Quanto ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a projeção do mercado financeiro permaneceu estável em 2,24% na última semana. Para 2024, a previsão de crescimento também não teve alterações, continuando em 1,30%.
A expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, permaneceu estável em 12% ao ano para o fim de 2023. Já para o fim de 2024, a projeção caiu de 9,5% para 9,25% ao ano.
No cenário internacional, a zona do euro registrou uma leve recuperação no crescimento econômico no segundo trimestre, após um período de estagnação nos primeiros três meses do ano. No entanto, a atividade da região ainda é prejudicada por dificuldades na Alemanha e aumentos das taxas de juros, em meio a um cenário de inflação elevada.
Enquanto isso, a atividade industrial da China apresentou contração pelo quarto mês consecutivo em julho, com os setores de serviços e construção próximos da contração, ameaçando as perspectivas de crescimento no terceiro trimestre. O crescimento econômico da segunda maior economia do mundo tem sido lento, com a demanda fraca tanto interna como externamente.
O dólar, por sua vez, continua sendo influenciado pelos acontecimentos internos e externos, e os investidores aguardam ansiosamente a decisão do Copom e as ações do BC diante do atual cenário econômico do Brasil e do mundo.