Déficit nas contas externas até Julho atinge maior nível em 5 anos

Déficit nas contas externas até Julho atinge maior nível em 5 anos
Déficit nas Contas Externas Até Julho Atinge Maior Nível em 5 Anos

Crescimento das importações de serviços e queda no superávit comercial impulsionam déficit, que supera US$ 25 bilhões.

O déficit das contas externas do Brasil atingiu o maior nível dos últimos cinco anos, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (26). De janeiro a julho de 2024, o saldo negativo nas transações correntes chegou a US$ 25,552 bilhões, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2023, quando o déficit foi de US$ 12,54 bilhões.

Esse aumento expressivo no déficit das contas externas é atribuído principalmente ao crescimento das importações de serviços e à queda no superávit da balança comercial. Nos primeiros sete meses de 2024, a balança de serviços, que inclui transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais, apresentou um déficit de US$ 28,937 bilhões, comparado ao resultado negativo de US$ 22,159 bilhões no mesmo período do ano anterior.

Além disso, o superávit da balança comercial, que vinha crescendo nos anos anteriores, registrou um recuo significativo em 2024. De janeiro a julho, o país exportou US$ 44,696 bilhões a mais do que importou, contra um saldo positivo de US$ 49,789 bilhões no mesmo período de 2023.

Segundo o Banco Central, o aumento do déficit está relacionado ao crescimento da economia. Com a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil passou a importar mais produtos e serviços, pressionando as contas externas.

Turismo e Investimentos

As contas externas também foram impactadas pelos gastos dos turistas brasileiros no exterior. Nos sete primeiros meses de 2024, esses gastos somaram US$ 8,403 bilhões, uma queda mínima em relação aos US$ 8,465 bilhões registrados no mesmo período de 2023. Apenas em julho, os turistas brasileiros gastaram US$ 1,384 bilhão no exterior, o mesmo valor registrado em julho do ano anterior, mesmo com a alta de 19,56% no dólar.

Por outro lado, o saldo negativo das contas externas tem sido parcialmente compensado pelo aumento dos investimentos estrangeiros diretos no país. De janeiro a julho de 2024, as empresas estrangeiras investiram US$ 45,065 bilhões no Brasil, representando uma alta de 20,15% em relação ao mesmo período de 2023. Em julho, os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 7,258 bilhões, ligeiramente acima dos US$ 7,1 bilhões registrados no mesmo mês do ano anterior.

Esse cenário ressalta a necessidade de políticas econômicas que equilibrem as contas externas do Brasil, ao mesmo tempo em que mantêm o crescimento sustentável do país.

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