Cúpula do S20: Cientistas do G20 defendem uso de IA com foco na redução de riscos sociais

Cúpula do S20: Cientistas do G20 defendem uso de IA com foco na redução de riscos sociais

Evento no Rio de Janeiro destaca necessidade de políticas regulatórias e éticas para inteligência artificial

No encerramento da Cúpula do Science20 (S20) no Rio de Janeiro, representantes das academias de ciências dos países membros do G20 elaboraram um documento com recomendações essenciais para os líderes do bloco. Em destaque, está a urgência de regulamentações para o uso da inteligência artificial (IA), visando equilibrar inovação tecnológica, segurança no emprego e proteção dos direitos dos trabalhadores.

O evento, presidido por Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), teve como lema “Ciência para a transformação mundial”. Nader enfatizou o papel do Brasil como líder no processo, buscando reduzir desigualdades entre os países do G20: “O Norte Global não está olhando adequadamente para as necessidades do Sul Global. O Brasil pode liderar mudanças dentro do grupo e pressionar por engajamentos sociais na área de ciência e tecnologia”.

Recomendações Principais

1. Inteligência Artificial (IA):

  • Regulamentação e Ética: Criar políticas que garantam segurança no emprego e direitos dos trabalhadores em uma economia impulsionada por IA. Essas políticas devem ser flexíveis, adaptáveis e fundamentadas em princípios éticos compartilhados, promovendo inovação enquanto reduzem riscos sociais.
  • Governança de Dados: Estabelecer regulamentações e padrões globais para governança de dados que beneficiem todos os países de maneira justa e defendam valores humanos. Promover o compartilhamento de grandes conjuntos de dados científicos, respeitando princípios robustos de governança.

2. Outros Eixos Temáticos:

  • Bioeconomia: Definir a bioeconomia como estratégia crucial para enfrentar mudanças climáticas, perda de biodiversidade, pobreza e saúde humana e não humana.
  • Transição Energética: Promover o aumento do uso de energias renováveis e nucleares, com objetivo de reduzir emissões de CO2 e eliminar progressivamente o uso do carvão.
  • Desafios da Saúde: Garantir acesso global a vacinas, medicamentos e ferramentas de diagnóstico, além de fortalecer a capacidade local de pesquisa e inovação em saúde.
  • Justiça Social: Expandir infraestrutura para acesso universal à internet, aumentar a alfabetização digital e desenvolver estratégias inclusivas para o desenvolvimento digital.

Impacto e Conclusão

A participação ativa de países como China e África do Sul facilitou a convergência de ideias na cúpula, refletindo um esforço global para enfrentar desafios científicos e sociais complexos. A iniciativa, apoiada financeiramente pela FINEP e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), reforça o compromisso do S20 como grupo de engajamento do G20 na área de ciência e tecnologia.

Com debates anuais coordenados pelas academias de ciências dos países que presidem o G20, a Cúpula do S20 tem sido um ponto crucial para orientar políticas globais e impulsionar avanços científicos que beneficiem a sociedade como um todo. A próxima reunião está prevista para ser realizada na Alemanha, em 2025, continuando o diálogo e a colaboração internacional em temas científicos fundamentais para o futuro global.

Este evento destaca a importância da cooperação internacional e da aplicação ética da tecnologia para resolver desafios críticos, consolidando o papel da ciência na transformação positiva do mundo contemporâneo.

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