Copom deve reduzir juros básicos da economia brasileira após 3 anos

Copom deve reduzir juros básicos da economia brasileira após 3 anos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se nesta quarta-feira (2) para tomar decisões sobre a taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira. Se confirmada, essa será a primeira redução dos juros em três anos. Atualmente, a taxa Selic encontra-se em 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos e meio.

A expectativa da maioria do mercado financeiro é que o Copom realize um corte de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para 13,50% ao ano. No entanto, alguns analistas projetam uma redução maior, de 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano.

O cenário de queda da inflação nos últimos meses pode ser um dos fatores que influenciaram a decisão de reduzir os juros nesta reunião. Em maio, a inflação oficial desacelerou para 0,23%, e em junho, foi registrada uma deflação de 0,08%.

A expectativa é de que a redução dos juros tenha impactos significativos na economia brasileira, como a redução das taxas bancárias, estimulando o consumo e os investimentos produtivos, o que pode resultar em um maior nível de atividade econômica.

Outro reflexo esperado é uma melhora das contas públicas, já que as reduções de juros diminuem as despesas com juros da dívida pública. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, se a taxa básica de juros estivesse em 10% ao ano, em vez dos atuais 13,75%, a economia nos gastos com juros da dívida pública permitiria o pagamento anual de quase um Bolsa Família.

No entanto, investimentos em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, podem ter um rendimento menor com juros mais baixos. A renda fixa ainda é considerada um bom investimento, especialmente em títulos pré-fixados, segundo análises de instituições financeiras.

Enquanto o Brasil caminha para reduzir a taxa Selic, bancos centrais de países desenvolvidos como Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Suíça e Reino Unido estão elevando ou mantendo suas taxas de juros para conter a pressão inflacionária.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defende a autonomia da instituição para definir as políticas monetárias, argumentando que a manutenção da taxa foi importante para conter a inflação. A estratégia do BC foi de iniciar o processo de alta dos juros mais cedo do que em outros países.

O Copom define a taxa básica de juros com base em metas de inflação, e as mudanças na Selic levam de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. A expectativa do mercado financeiro é de que os juros continuem caindo nos próximos meses, encerrando 2023 em 12% ao ano e 2024 em 9,25% ao ano.

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