Bienal das Amazônias: Um Encontro Artístico Transnacional em Belém que reúne obras de 120 artistas
Um evento inédito está movimentando a cena cultural de Belém do Pará. A Bienal das Amazônias, que abre suas portas ao público nesta sexta-feira (4), reúne pela primeira vez artistas das Amazônias transnacionais e brasileiras, em uma celebração da riqueza e diversidade artística dessa região única do mundo. Com obras de 120 artistas provenientes dos nove estados amazônicos brasileiros e dos sete países que compõem a Pan-Amazônia, a Bienal promete ser um marco na história artística e cultural da região.
O espaço escolhido para abrigar essa manifestação única de criatividade é o prédio revitalizado de uma antiga loja de departamentos no centro comercial da cidade, com quatro pavimentos e uma área de 7,6 mil metros quadrados. A Bienal das Amazônias é uma iniciativa que busca expressar a efervescência cultural e a multiplicidade das culturas amazônicas, trazendo à tona uma variedade de vozes e perspectivas através da arte.
A curadora do evento, Vânia Leal, juntamente com Keyna Eleison, pesquisadora de história da arte, desenvolveu o conceito “sapukai” para guiar a seleção e curadoria dos artistas e obras presentes na Bienal. Esse termo, que significa “grito”, reflete as diversas vozes e individualidades que contribuíram para a construção desse encontro artístico. O processo de pesquisa e seleção estendeu-se por dois anos, envolvendo artistas, produtores culturais e agenciadores de cultura das Amazônias.
A Bienal das Amazônias transcende as fronteiras geográficas e culturais, abordando questões que vão além das paisagens da floresta. Os temas explorados nas obras incluem economia, relações sociais e questões climáticas globais. Vânia Leal destaca a importância desse evento para a região: “Belém é fincada na floresta e essa seta aponta de dentro para fora não só para as amazônias, mas também para o mundo”.
O público terá a oportunidade de explorar esse rico universo artístico a partir das 14 horas, no mesmo dia em que a cidade sediará o evento “Diálogos Amazônicos”, antecedendo a realização da Cúpula da Amazônia, que reunirá chefes de estado para discutir políticas públicas para a região.
Um destaque especial da Bienal é a homenagem à renomada fotógrafa Elza Lima, cujo trabalho de quase quatro décadas registra a essência das Amazônias e reflete as relações entre os povos e a floresta. Elza Lima, que foi escolhida para ser a artista homenageada, expressa seu orgulho em ser parte dessa celebração cultural e destaca a importância de reconhecer e valorizar a produção artística das mulheres da Amazônia.
A Bienal das Amazônicas promete ser um evento cultural inspirador e transformador, proporcionando uma plataforma para a expressão artística e o diálogo sobre questões essenciais que envolvem a região amazônica. O evento ocorrerá até 5 de novembro, na rua Senador Manoel Barata, nº 400, com horários de visitação de quarta-feira a sexta-feira, das 11h às 19h, e aos sábados, das 11h às 20h, com entrada gratuita.