Avanços na imunização Infantil colocam o Brasil fora do Ranking de Países com mais Crianças Não Vacinadas

Estudo do Unicef e OMS destaca progresso significativo na cobertura vacinal, mas alerta para desafios globais.

Brasília, 15 de julho de 2024 – O Brasil alcançou um marco importante na área da saúde infantil ao sair do ranking das 20 nações com mais crianças não vacinadas, conforme revela um estudo global divulgado hoje pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório aponta que o número de crianças brasileiras não imunizadas contra doenças como difteria, tétano e coqueluche, conhecida como vacina DTP, teve uma queda significativa nos últimos anos.

Em 2023, o Brasil registrou uma redução substancial no número de crianças sem qualquer dose da vacina DTP1, diminuindo de 710 mil em 2021 para apenas 103 mil em 2023. Da mesma forma, a quantidade de crianças sem as três doses da DTP (DTP3) também caiu drasticamente, passando de 846 mil para 257 mil no mesmo período. Esses avanços refletem esforços contínuos do país em ampliar a cobertura vacinal, especialmente em comunidades vulneráveis.

Avanços e Desafios Locais

Luciana Phebo, chefe de Saúde do Unicef no Brasil, enfatizou a importância desses avanços como uma recuperação após anos de queda na cobertura vacinal. Ela ressaltou que é essencial continuar expandindo os esforços de vacinação para além das unidades básicas de saúde, alcançando escolas, centros comunitários e outros espaços frequentados por crianças e famílias em situação de vulnerabilidade.

“É fundamental continuar avançando ainda mais rápido para encontrar e imunizar cada menina e menino que ainda não recebeu as vacinas”, destacou Luciana Phebo.

Contexto Global e Desafios Persistentes

Enquanto o Brasil celebra seus progressos na imunização infantil, o cenário global apresenta desafios significativos. O estudo revela que houve um aumento no número de crianças não vacinadas com a primeira dose da DTP, passando de 13,9 milhões em 2022 para 14,5 milhões em 2023. Além disso, a cobertura vacinal global para a DTP3 estagnou em 84%, com 108 milhões de crianças vacinadas, indicando uma dificuldade em atingir níveis ideais de imunização.

Impactos da Não Vacinação e Desafios Contínuos

A importância da vacinação é evidenciada pelos surtos recorrentes de doenças como o sarampo, que afetaram 103 países nos últimos cinco anos. A cobertura vacinal contra o sarampo está abaixo dos 95% necessários para prevenir surtos e alcançar metas de eliminação da doença, deixando cerca de 35 milhões de crianças desprotegidas ou parcialmente protegidas em 2023.

Vacinação Contra o HPV e Metas Futuras

Um ponto positivo, porém insuficiente, destacado no estudo é o aumento na vacinação de meninas contra o papilomavírus humano (HPV), responsável pelo câncer do colo do útero. A proporção de adolescentes imunizadas subiu de 20% em 2022 para 27% em 2023, porém ainda abaixo da meta global de 90% para eliminar o câncer relacionado ao HPV como problema de saúde pública.

No Brasil, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas o desafio permanece em aumentar a conscientização e a adesão à vacinação entre as adolescentes.

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O progresso do Brasil na imunização infantil é um testemunho do compromisso contínuo com a saúde pública, mas também destaca a necessidade de esforços redobrados para superar desafios persistentes e alcançar metas globais de vacinação. A colaboração entre governos, organizações de saúde e comunidades será fundamental para garantir que todas as crianças tenham acesso às vacinas essenciais e possam crescer saudáveis e protegidas contra doenças evitáveis.

Para mais informações sobre os dados e recomendações do Unicef e da OMS, os interessados podem acessar o relatório completo disponível nos sites das organizações.