Argentina: Télam transformada em estatal de publicidade por decisão de Milei
Na segunda-feira (1º), um decreto assinado pelo presidente argentino Javier Milei causou um impacto significativo ao transformar a agência de notícias pública Télam em uma agência estatal de publicidade e propaganda. Esta medida, amplamente interpretada como um movimento para encerrar a Télam como era conhecida, foi descrita no Diário Oficial da Argentina.
Mudança de Foco e Reações
O decreto estabelece que a nova agência estatal será responsável pelo “desenvolvimento, produção, comercialização e distribuição de material publicitário nacional e/ou internacional, tanto na Argentina como no exterior”. Esta transformação marca o fim oficial da Télam como uma agência de notícias, uma decisão justificada pelo presidente Milei, que alegou que a Télam vinha sendo utilizada como um instrumento de propaganda pelo movimento kirchnerista, em referência à oposição política na Argentina.
Contexto e Controvérsia
Em fevereiro, Milei já havia intervindo nos meios de comunicação públicos argentinos, substituindo diretores por gestores nomeados diretamente pelo governo, uma ação vista como um passo inicial rumo à privatização ou extinção desses meios públicos. O fechamento da Télam gerou imediata reação de entidades como o Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SiPreBA) e a Federação Argentina de Trabalhadores de Imprensa (Fatpren), que manifestaram solidariedade à Télam e criticaram a decisão como um ataque ao sistema de mídia do país e à soberania nacional.
História e Importância da Télam
Fundada há 78 anos para disseminar informações, a Télam era a única agência de notícias com correspondentes em todas as províncias argentinas, produzindo centenas de matérias jornalísticas diariamente. Com mais de 700 funcionários, a agência desempenhava um papel crucial na diversidade informativa e no pluralismo no país.