Aliados de Bolsonaro tinham “Plena Ciência” da ilegalidade em suposto esquema de Venda de Presentes Oficiais
De acordo com informações divulgadas pela Polícia Federal (PF), os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro envolvidos no suposto esquema de venda ilegal de presentes oficiais recebidos entre 2019 e 2022 tinham “plena ciência” da ilegalidade das transações. A revelação está presente na representação enviada pela PF ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou as buscas realizadas no dia 11 de agosto. A TV Globo e o G1 tiveram acesso ao documento.
Segundo as informações disponíveis no documento, os militares que assessoravam Bolsonaro tinham conhecimento das restrições legais previstas para o comércio de presentes oficiais, mas decidiram ignorar essas regras ao colocar os itens para venda direta e em leilões.
A conclusão da Polícia Federal se baseia em mensagens de celular trocadas entre três ex-funcionários do governo federal:
- Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República (responsável por gerir o acervo de presentes).
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
- Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro durante seu mandato e que continuou na equipe do ex-presidente no ano atual.
De acordo com a PF, essas mensagens “evidenciam que, além da existência de um esquema de peculato (desvio de recursos públicos)”, Marcelo Câmara e Mauro Cid tinham “plena ciência das restrições legais da venda dos bens no exterior”.
O esquema em questão supostamente envolve a venda ilegal, no exterior, de presentes oficiais recebidos por autoridades estrangeiras durante o governo de Jair Bolsonaro. A investigação está em andamento, e as autoridades estão trabalhando para esclarecer os detalhes do esquema e identificar todas as pessoas envolvidas, bem como os responsáveis pela organização e execução das transações irregulares.