Maduro acusa Elon Musk de atacar o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela
Presidente venezuelano cria comissão com ajuda russa e chinesa para investigar o ataque; Elon Musk nega envolvimento
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a criação de uma comissão especial para investigar um suposto ataque cibernético ao sistema de comunicação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país. Segundo Maduro, o ataque ocorreu no dia das eleições e teria sido orquestrado pelo multibilionário Elon Musk, dono da plataforma X (antigo Twitter), além de outros interesses internacionais.
Investigação com Assistência Internacional
Maduro informou que a nova comissão será auxiliada por especialistas da Rússia e da China para avaliar e reforçar a cibersegurança nacional. “Foi proposta e decidida a criação de uma comissão especial para avaliar, com assessoria russa e chinesa, o sistema de segurança do país que está sendo atacado, e especialmente o ataque que causou graves danos ao sistema de comunicação da CNE. O Poder Eleitoral informará o país, mas já foi solicitado a assessoria, pois tenho certeza de que os ataques foram dirigidos pelo poder de Elon Musk”, declarou o presidente venezuelano.
Conflito nas Redes Sociais
O conflito entre Maduro e Musk vem se intensificando. Recentemente, Musk criticou Maduro e a administração venezuelana nas redes sociais, seguindo uma linha crítica que inclui ataques ao sistema judicial brasileiro por sua atuação em casos relacionados ao 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram sedes dos Poderes em Brasília.
Pressões e Alegações de Fraude
O CNE enfrenta crescente pressão para divulgar as atas eleitorais que possibilitam a auditoria dos resultados. Nas últimas eleições, Maduro foi declarado vencedor com 51,21% dos votos, contra 44% para o adversário Edmundo González. A falta de transparência levou parte da oposição a alegar fraude eleitoral e convocar manifestações, que resultaram em violência, mortos, feridos e prisões.
Maduro acusou a oposição e outros atores internacionais de tentar desestabilizar o país, incluindo uma conspiração supostamente liderada pelos Estados Unidos, traficantes colombianos e Musk. “Por detrás desse plano que denunciei está o império dos Estados Unidos, do tráfico de drogas colombiano, de Elon Musk e da direita extremista fascista do mundo”, afirmou Maduro durante uma reunião com o Conselho de Ministros de Estado.
Reações e Denegações
Elon Musk, por sua vez, negou qualquer envolvimento no ataque e tem usado suas plataformas para criticar as alegações feitas por Maduro. A disputa reflete a crescente tensão entre líderes globais e a complexidade das questões políticas e eleitorais na Venezuela.
A investigação em andamento e a retórica acirrada entre os envolvidos indicam que a crise política e social na Venezuela continua a se desenrolar, com impactos significativos nas relações internacionais e na estabilidade interna do país.
Informação Agência Brasil