PF revelou que Bolsonaro mentiu sobre usar Fazenda de Piquet para guarda Joias
Brasília, DF – A fazenda do ex-piloto Nelson Piquet, localizada em uma área nobre da capital federal, ganhou destaque após o ex-presidente Jair Bolsonaro alegar que teria guardado joias sauditas no local. No entanto, a Polícia Federal (PF) revelou que Bolsonaro mentiu sobre o uso da propriedade, com o intuito de acobertar o envio das joias para os Estados Unidos, onde seriam leiloadas.
Propriedade de Luxo e Controvérsias
A “Fazenda Piquet” é conhecida por sua infraestrutura de alto padrão. Além de uma parte residencial e uma pista de pouso para aeronaves, o local abriga o Centro Hípico Lago Sul, uma escola de equitação e equoterapia. A fazenda também conta com um colégio de ensino primário, uma cafeteria, e um galpão que guarda veículos clássicos, incluindo um Ford GT, uma Ferrari 308 e um Jaguar XK 120.
Envolvimentos e Favores Trocados
Bolsonaro e Piquet mantêm uma relação próxima, marcada por favores mútuos. Entre eles, a utilização de um galpão na fazenda de Piquet para guardar caixas e a troca de um carro blindado. A fazenda já foi palco de diversos eventos e controvérsias, incluindo uma ação judicial em 2012.
Ação Judicial por Crime Ambiental
Em 2012, a fazenda foi alvo de uma operação da justiça devido ao desmatamento ilegal de uma área de preservação ambiental. Geraldo Piquet, irmão do ex-piloto, foi preso em flagrante por ampliar a pista de pouso da propriedade sem licença ambiental, sobre uma área de preservação permanente. Apesar de ser um crime inafiançável, Geraldo foi liberado após pagar fiança.
Acidente Aéreo
Em janeiro do ano passado, um acidente envolvendo um avião de pequeno porte ocorreu próximo ao aeródromo da propriedade. A aeronave caiu devido a uma rajada de vento lateral em baixa altitude. Felizmente, os cinco ocupantes saíram ilesos.
Contexto da Investigação
A investigação da PF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), apura o desvio de três kits de presentes luxuosos destinados a Bolsonaro por governos estrangeiros. A determinação do TCU, desde 2016, é que todos os bens recebidos pelos chefes do Executivo sejam incorporados ao patrimônio da União, exceto os de natureza personalíssima ou de consumo próprio.
Os itens desviados, avaliados em cerca de R$ 6,8 milhões, foram vendidos a joalherias nos Estados Unidos por aliados do ex-presidente. Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciadas por crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.
Próximos Passos da Investigação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisará as provas em até 15 dias para decidir se arquiva o caso, pede mais investigações ou denuncia os envolvidos. Caso a PGR opte pela denúncia, o STF decidirá se aceita ou arquiva o caso. Se a denúncia for aceita, os envolvidos se tornarão réus e responderão a uma ação penal.
A Fazenda Piquet, apesar de seu luxo e estrutura, está no centro de uma investigação que pode ter grandes implicações para Bolsonaro e seus aliados, destacando mais uma vez a complexa relação entre poder, riqueza e legalidade no Brasil.
