Líderes dos Países Amazônicos se reúnem para Cúpula visando estabelecer Painel Científico para a Conservação da Floresta Tropical
Líderes dos países amazônicos estão prestes a se reunir na próxima semana para uma cúpula histórica com o objetivo de fortalecer a cooperação na preservação da maior floresta tropical do mundo. O foco central das discussões será a criação de um órgão científico semelhante ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC), de acordo com informações compartilhadas pela ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, em uma entrevista exclusiva à Reuters.
Silva detalhou que o painel científico proposto, análogo ao IPCC, abrangeria pesquisadores de diversas nações. “A ideia é ter um painel científico para a Amazônia com cientistas de diferentes países, nos moldes do IPCC”, explicou. A missão do painel planejado seria colaborar no desenvolvimento de políticas de desenvolvimento sustentável para os países amazônicos, mantendo sua independência em relação à influência governamental. Além disso, seu mandato abrangeria a monitorização das repercussões das mudanças climáticas na Floresta Amazônica e em seu intrincado ecossistema.
De particular importância, o painel científico se dedicaria à tarefa crucial de estabelecer o limite ecológico conhecido como o “ponto de não retorno”. Esse momento decisivo sinaliza danos irreversíveis além dos quais a sobrevivência da floresta fica perigosamente comprometida.
Destacando a urgência de uma ação unificada, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os líderes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), composta por oito países, formulariam coletivamente uma política abrangente pela primeira vez, com o objetivo explícito de proteger a floresta.
A cúpula iminente, agendada para os dias 8 e 9 de agosto em Belém, situada na foz do rio Amazonas, é aguardada com grande expectativa. “A cúpula levou 14 anos para ser convocada. Isso é inaceitável, dada a situação global, a velocidade das mudanças que estão ocorrendo em detrimento da Amazônia e de seus habitantes, e a dinâmica geopolítica global em relação à questão climática”, enfatizou Marina Silva.
A busca pela conservação marca uma mudança distinta em relação às políticas anteriores. O presidente brasileiro Lula, que sucedeu seu antecessor, Jair Bolsonaro, implementou reformas significativas nas políticas ambientais desde que assumiu o cargo em janeiro. O mandato de Bolsonaro foi marcado por medidas mais flexíveis de proteção ambiental e ênfase no desenvolvimento amazônico, o que resultou em um aumento nas taxas de desmatamento.
À medida que a cúpula se aproxima, a comunidade internacional aguarda ansiosamente os resultados desse esforço colaborativo entre os países amazônicos, a fim de traçar um caminho mais sustentável para a inestimável floresta e o ecossistema global que ela sustenta.
Informações: Reuters