BANCO CENTRAL REDUZ TAXA SELIC PARA 13,25% AO ANO, PRIMEIRO CORTE EM 3 ANOS
Brasília, 2 de agosto de 2023 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira, reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano. Essa foi a primeira queda da taxa básica de juros em três anos, sendo a última registrada em agosto de 2020, quando caiu de 2,5% para 2% ao ano, em meio à fase mais crítica da pandemia de Covid-19.
A decisão do Copom não foi unânime, com cinco diretores votando a favor do corte de 0,5 ponto percentual e quatro defendendo uma redução menor, de 0,25 ponto percentual.
O comunicado divulgado após a reunião destaca que a melhora do cenário inflacionário permitiu a redução da Selic. A inflação oficial desacelerou para 0,23% de alta em maio, e em junho foi registrada uma deflação de 0,08%.
O Copom considerou a possibilidade de um corte menor, de 0,25 ponto percentual, mas optou por uma redução de 0,50 ponto percentual devido à melhoria do quadro inflacionário.
Além de contribuir para o controle da inflação, a decisão também visa à suavização das flutuações do nível de atividade econômica e ao fomento do pleno emprego.
A decisão do Copom ocorre em meio a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e membros do governo federal, que acreditam que a taxa Selic tem inibido o crescimento da economia. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, argumenta que a manutenção da taxa foi essencial para conter a inflação, reforçando sua autonomia, que o protege contra demissões políticas.
Esta reunião foi a primeira com a nova formação do Copom, após o Senado aprovar as indicações de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino para a diretoria do Banco Central, ambos indicados por Lula.
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir o patamar da taxa Selic. Ainda neste ano, estão previstas mais três reuniões:
- 19 e 20 de setembro
- 31 de outubro e 1º de novembro
- 12 e 13 de dezembro
A taxa Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação e influencia todas as taxas de juros do país, afetando empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. A redução da taxa pode estimular a atividade econômica e o emprego, ao passo que a elevação visa controlar a inflação. A meta de inflação para 2023 é de 3,25%, considerada cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%, e para 2024 é de 3%, cumprida se variar entre 1,5% e 4,5%.
Votos dos diretores
Segundo nota divulgada pelo Copom, cinco diretores votaram a favor do corte de 0,5 ponto percentual. Quatro se manifestaram por uma redução de 0,25.
Votaram pela redução de 0,5 ponto percentual:
- Presidente – Roberto Campos Neto
- Ailton de Aquino Santos
- Carolina de Assis Barros
- Gabriel Galípolo
- Otávio Ribeiro Damaso
Votaram por cortar a Selic para 13,50%:
- Diogo Abry Guillen
- Fernanda Magalhães Rumenos Guardado
- Maurício Costa de Moura
- Renato Dias de Brito Gomes