35ª Bienal de São Paulo desafia o impossível e promete uma experiência poética e performativa
A 35ª Edição da Bienal de São Paulo, intitulada “Coreografias do Impossível”, promete ser um evento artístico único e enigmático, desafiando os limites e discutindo as urgências do mundo atual. Entre os dias 6 de setembro e 10 de dezembro deste ano, a capital paulista será palco de uma mostra composta por 120 artistas, cuja curadoria trabalha de forma coletiva, abraçando a ideia de movimento e repelindo o tempo linear. A proposta é criar uma experiência poética e performativa que transcenda as fronteiras da arte convencional.
A Bienal deste ano não terá divisão por temas nem seguirá uma cronologia, buscando romper as disciplinas e proporcionar um espaço para a poética que não pode ser absorvido em uma marca ou algoritmo. Os curadores Manuel Borja-Villel, Diane Lima, Grada Kilomba e Hélio Menezes destacam a dimensão performativa presente nas obras, que convidam os visitantes a imaginar e refletir sobre contextos impossíveis e as soluções encontradas pelos artistas para expressar suas visões de mundo.
O contexto da pandemia do novo coronavírus e do governo de extrema-direita que extinguiu o Ministério da Cultura no país permeia o tema da Bienal, refletindo os desafios políticos, econômicos, sociais e ambientais vivenciados nos últimos quatro anos no Brasil. Nesse cenário, a exposição busca trazer à tona os projetos de justiça, liberdade e igualdade como questões não realizáveis, inspirando uma reflexão profunda sobre o momento histórico atual.
Os “coreógrafos do impossível” selecionados para a Bienal representam a coletividade e pluralidade, incluindo vozes da diáspora e dos povos originários. Entre eles, destaca-se o coletivo Mahku, formado por etnia huni kuin, que traz trabalhos inspirados em rituais de ayahuasca, conhecidos como nixi pae. As pinturas bidimensionais do coletivo apresentam cores vivas e intensas, transmitindo histórias baseadas nas experiências durante os rituais.
O projeto arquitetônico e expográfico, realizado pelo escritório Vão, busca enfatizar a ideia de movimento e enfrentar as impossibilidades do mundo. Pela primeira vez na história, o vão central do Pavilhão Ciccillo Matarazzo será inteiramente fechado, criando uma coreografia de espaços arquitetônicos que oferecem momentos de contração e abertura, sem divisões físicas que separem as obras. O trajeto do visitante será alterado, permitindo que cada um crie seus próprios caminhos dentro da exposição.
Além das obras expostas, a 35ª Bienal de São Paulo oferecerá ao público diversas formas de diálogo, incluindo mesas, performances e ativações de obras ao longo de todo o evento. A Cozinha da Ocupação 9 de Julho também terá participação, proporcionando uma experiência gastronômica que valoriza a Agricultura Familiar e práticas sustentáveis.
Em resumo, a 35ª Bienal de São Paulo se apresenta como uma jornada poética e enigmática, desafiando o impossível e abrindo espaço para reflexões sobre os desafios do mundo contemporâneo. Com artistas diversos e uma proposta performativa, a exposição promete uma experiência única aos visitantes, convidando-os a mover-se entre as obras e escapar das impossibilidades do mundo.
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Informações: Agência Brasil